Classificação: Jovem | Editora: Leya | Autora: Alyson Noel |
Paginas: 318 | ★★★
Para iniciar minhas resenhas aqui no blog decido falar sobre um
livro recente de uma de minhas autoras favoritas. Meu gênero literário favorito
é os místicos e mitológicos. Então todos os livros dela me conquistam pelos
temas que ela aborda.
Alyson se destacou com sua série “Os Imortais” e em seguida uma
continuação com a série “Riley Bloom”, em ambos ela aborda a vida após a morte,
espíritos e poderes. Apesar de ser um tema diferente, “Sonhos” continua na
mesma linha onde a autora investe em uma nova mitologia que mostra ser muito
bem construída e muito mais interessante do que “Os Imortais”.
A Terra hesita, a atmosfera se aquieta, o tempo encolhe e se dobra sobre si mesmo até desabar em uma grande pilha exausta.
A protagonista da história, Daire Santos, está longe de ser uma
adolescente comum. A vida da personagem é construída em um cenário completamente
diferente dos cenários comuns abordados para personagens dessa idade, apesar da
iniciativa inovadora, tal ponto não influencia em praticamente nada ao longo da
história, porém não é nada tão grave, afinal foi só uma introdução para a
grande mudança que viria a seguir. Sua vida diferenciada não era o principal
motivo que fazia de Daire uma garota especial e sim o que ela era capaz de ver
e sentir, algo que ninguém – até então – poderia fazer igual. Desde pequena a
garota era assombrada por pessoas brilhantes os quais só apareciam quando o
tempo parava por completo. À medida que
a garota crescia, tais experiências foram se intensificando, até que em seu
aniversário de dezesseis anos as coisas ficaram muito mais assustadoras quando
além de ver pessoas brilhantes, corvos e cabeças ensangüentadas vêm
acompanhá-las. Diagnosticada com problemas psicológicos, ela sua mãe, Jenikka,
são obrigadas a retornarem aos Estados Unidos enquanto Daire continuava a piorar.
Sem opções, sua mãe decide mandá-la para morar com sua avó paterna, Paloma, a
qual nunca tinha visto antes, que era conhecida por ajudar as pessoas com suas
ervas medicinais.
Já nesse ponto do livro é possível perceber que a autora não foca
nas pessoas e no relacionamento em volta da personagem principal, o essencial
era trabalhar seus poderes e a mitologia que os envolvia. Já em Novo México,
Daire é obrigada a frequentar uma escola normal, a qual nunca tinha frequentado
antes, e se acostumar com a ideia de que tinha poderes e uma grande missão a
ser comprida. Analisando esse ponto, a relação da personagem com seus novos
poderes e o modo como ela lida com eles, o livro é completamente incrível.
Alyson soube lidar muito bem com isso e escreveu de uma forma fácil de
entender, apesar de fazer isso detalhadamente demais, o que pode tornar a
leitura um pouco maçante.
E de repente estou nele. É como se tivesse me tornado ele. Minha energia se mistura com a dele, até que estou profundamente dentro de sua vivência. Sou luz. Fluida. Graciosa e ágil de um jeito que nunca fui – e nem podia imaginar.
Apesar de gostar muito da história, não posso deixar de mencionar
o grande erro de Alyson na construção dos personagens. O contexto rodeado pelo
personagem principal foi muito pouco detalhado, cada personagem secundário ficaram
muito vagos, ou seja, não soube muito de seus passados e suas personalidades
foram difíceis de ser identificadas.
Daire sonhava repetidas vezes com um garoto misterioso, o qual
nunca tinha visto antes e quando chega à cidade choca-se ao ver que ele existe.
Dace, o gêmeo bom, é doce e transmite uma tranquilidade surpreende só no olhar.
Porém ele vem acompanhado de seu irmão gêmeo, Cade, o qual é o oposto do irmão,
não só por ter sido criado separadamente, mas por ter nascido para ter essa
personalidade perigosa. Alyson decide trabalhar com um triangulo amoroso, mas
como a construção dos personagens, esse ponto quase não ganha destaque,
empobrecendo a relação Daire e Dace e precipitando seu inicio. O relacionamento
começou meio que do nada o que foi um ponto muito negativo para a história.
Com o mínimo de esforço, nos mesclamos e, quando o corvo sai voando, estou voando com ele. A vivência é tão libertadora, tão emocionante... é como se cada célula do meu corpo vibrasse com a força de vida da energia dele.
Espero que a sequencia do livro seja melhor elaborada tanto em
relação da construção dos personagens - é preciso detalhar mais sobre seus
passados e suas personalidades que ficaram um pouco implícitas nesse primeiro
livro - quanto na relação Daire/Dace e Cade, ela com certeza precisava ser
melhor construída.
Alyson é uma grande escritora e gosto dela pelas grandes histórias
que ela consegue elaborar, porém não posso deixar de dizer que o livro ficou
abaixo de seu grande potencial. Apesar disso, estou muito ansiosa para ler a
sequencia, o que tenho certeza que ela irá detalhar mais dos pontos que fiquei
curiosa para saber.
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